
ilustração: Athena&PLW – colagens digitais / imagem: plug de recarga elétrica – Freepik
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O que você vai encontrar aqui
- 1 O causo: focinho de porco ainda não é uma tomada
- 2 Introdução
- 3 O Que Esqueceram de Dizer…
- 4 Carro Elétrico: o Que Ninguém Te Conta (mas Tem Quem Sabe)
- 4.1 O valor está no uso, não na revenda: mercado ainda não entendeu
- 4.2 Imagino que o i3 dele tenha o famoso range extender. Por quê?
- 4.3 10 anos rodando e quase nada de oficina
- 4.4 E se o carro elétrico for como um celular como ele diz?
- 4.5 Não tem estepe. Isso é defeito ou evolução?
- 4.6 Entre o receio e a desinformação: um melódico saxofone!
- 5 Frear, Regenerar e Seguir: o Segredo dos Carros elétricos
- 6 E os Poraquês dos Piriris da Recarga
- 6.1 Entre Brasil, França e EUA já é um baita chão… pra chegar na China, um abismo
- 6.2 O ovo e a galinha ou a galinha e o ovo? Mas antes temos que dar nomes aos bois
- 6.3 Se você tem um veículo elétrico, conhecer os apps de recarga é tão importante quanto saber onde recarregar
- 6.4 O carregamento doméstico resolve? Sim. Mas não pra todo mundo.
- 7 O Som do Silêncio: Quando Dirigir Muda de Trilha Sonora
- 8 Conclusão
O causo: focinho de porco ainda não é uma tomada
- Diálogo de um tempo sem tomada (literalmente)
Um motorista com um carro elétrico (BEV) perdido numa estrada com plug na mão. Um caipira com sabedoria simples e direta.
E a pergunta fatal do motorista:
— Por favor, preciso de uma tomada redonda tipo… tipo… ele olha em volta e diz… focinho de porco…
Caipira (sério, com as mãos na cintura):
— Moço, focinho de porco não é tomada!
Motorista (ligeiramente constrangido):
— Sim, eu sei… é uma que tem tipo um raio!
Caipira (dando um passo atrás):
— Raio aqui só em nuvem preta carregada, moço. E ocê num ia querer um raio no seu carro, não…
Motorista (tentando explicar):
— Não é raio de nuvem… é daquele tipo que dá choque na mão, sabe?
Caipira (abrindo um sorriso maroto):
— Ahhh! Porque não falou antes? Tá cheio delas no rio! Você pode ficar por aqui mesmo e amanhã pescamos umas dessas (enguias, em muitos lugares conhecida como poraquê, um tipo de peixe elétrico)… diz o Tonho que já pegou uma de uns de 2 m de comprimento, e E digo eu… a geração elétrica varia de cerca de trezentos volts por volta de 0,5 ampères até cerca de 860 volts por volta de três ampères (nem me pergunte o poraquês disso, que essa info, eu apenas dei um copy/paste da Wikipedia).
Mas além desse (in)verídico causo não (in)verossímil nesse artigo, vamos começar…
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Introdução
A revolução da mobilidade começa onde ninguém avisou
No imaginário das cidades, os sons dos carros sempre fizeram parte da paisagem — buzinas, roncos, freadas. Mas agora, o carro elétrico surge como uma promessa silenciosa de futuro. Só esqueceram de avisar que o silêncio, às vezes, grita. Especialmente quando falta uma tomada no meio do caminho. E esse é o grande piriri para quem se frustrou — e também o combustível preferido de quem diz: isso não vai dar certo!
A grande questão? Os pontos de recarga nas estradas (e a bateria). Quem já teve carro a gás, como eu, sabe o drama do abastecimento nos anos iniciais — e até hoje — não se compara com a gasolina. No meu caso, era uma pick-up híbrida a gasolina, então autonomia não era problema (mas os híbridos não entram nessa prosa aqui. E nem se é solução, encrenca ou polêmica, se poluem menos, mas ainda poluem mais… fica pra outra). Assim como avaliar o argumento do impacto ambiental das baterias? calma, isso também vai pra outro artigo. Neste aqui, o foco é falar dos carros elétricos raiz, os BEVs, os carros movidos exclusivamente por bateria elétrica!
Mais do que uma troca de motor, uma troca de contexto
Não é só o motor a combustão que está ficando para trás. Há uma reconfiguração completa — da forma de dirigir à maneira de ouvir, de planejar viagens a calcular autonomia — pra uns pode até soar chato, mas é o que tem pra hoje — no sentido de que não é só economia, é pisar no pé do tripé da sustentabilidade, principalmente no pé ambiental.
E no meio disso tudo, a comunicação entre vendedores, marcas e motoristas ainda engasga? A omissão, às vezes, ronca mais alto do que o motor antigo. Será que quem comprou um EV (veículo elétrico) pela primeira vez, descobriu mais no boca a boca do que na concessionária? E isso ainda acontece?
E o barulho de quem tem e tá muito que bem obrigado, apostou há 10 anos e ainda acredita!
Uma coisa é se empolgar e dar ruim, como dizem. Outra bem diferente é apostar lá atrás, já conhecer as limitações — e ainda assim continuar acreditando, no caso, ainda usando.
Esse é o caso de muita gente que tem carro elétrico há 10 anos, aqui no Brasil… e ainda roda, sabendo que o BEV não é só uma escolha pessoal: é uma contribuição silenciosa (e eficiente) para o meio ambiente.
(Tá, depois no artigo das baterias a gente fala do piriri da produção… Peraí!)
Por enquanto voltemos ao mote do blog Conexões Eco Sustentáveis para enfrentar essa difícil equação: a soma que vira multiplicação. E não só nessa revolução silenciosa nas ruas, mas na soma de tantas pessoas que pensam a partir dos 5Rs da sustentabilidade — Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Recusar. Porque ao agir, a soma se multiplica.
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O Que Esqueceram de Dizer…
…de dizer a você ou omitiram: os poraquês ditos e não ditos sobre os carrros elétricos raiz
Notas rápidas antes de acelerarmos:
Quando falamos em carros elétricos neste artigo, estamos nos referindo aos chamados BEVs — sigla em inglês para Battery Electric Vehicles, ou, em bom português, veículos elétricos a bateria. Esses são os modelos 100% elétricos, que não têm motor a combustão e rodam apenas com energia armazenada na bateria. Ou seja: não são híbridos, nem flex, nem meio-termo e muito menos meio a meio. São os carros elétricos raiz, os 100% elétricos.
ZEV, mas nem tanto… pera lá, quem e o que é?
Se você reparou na ilustração do causo… abaixo da sigla BEVs (Battery Electric Vehicles), aparece também a tal da ZEVs — Zero Emission Vehicles, ou veículos de emissão zero. Eles recebem esse nome por não emitirem poluentes diretamente do escapamento — até porque, escapamento eles nem têm!
Mas calma lá: isso não quer dizer que não tenham impacto ambiental nenhum. A produção das baterias, a origem da energia usada na recarga e até a logística envolvida na fabricação carregam uma pegada de carbono embutida. Ou seja, ninguém — nem nada — é ZEV total. Tudo tem um ciclo de vida que gera essa pegada e, em alguns casos, se tenta compensar as emissões de carbono. Inclusive nós.
A boa notícia? Essa conta pode, sim, buscar equilíbrio — por meio de ações, tecnologias e estratégias de compensação. A gente ainda vai mergulhar fundo nessa história quando falarmos das baterias em outro artigo (tá chegando, é só esperar!).
No fim das contas, talvez o mais importante seja o que eu sempre digo: estar em direção a… sempre será melhor do que ficar parado ou ir na direção oposta. E nesse caso, estar em direção a… um sistema mais limpo, renovável e consciente. Se vamos chegar lá? Não sei. Mas se já estamos indo… tá valendo. Como dizem por aí: melhor caminhar rumo ao sustentável do que estacionar no insustentável.
Quem comprou um carro elétrico, um BEV para viajar por aí nesse mundão que é o Brasil — mesmo que não fosse do Oiapoque ao Chuí — merece todo o respeito. Porque, convenhamos, muitas dessas viagens se revelaram verdadeiras epopeias da frustração, mas será que foram alertados pela concessionária, na hora da compra, de como realmente funciona a autonomia no carro elétrico?
Experiências ruins com produtos, logo caem nas redes sociais, em puro desabafo e UFA!, as boas também! Em contraponto, há os vídeos que invertem o jogo: títulos com perguntas provocativas, como Vale a pena comprar um carro elétrico? Ou Eu comprei um carro elétrico, me arrependi? E nas respostas que já parecem antes mesmo do meio do vídeo — são tantos prós que aparecem, que já dá para você saber o final, mesmo que façam questão de apontar os contras.
De quem é a culpa…
Também há que se respeitar, as concessionárias que alertaram seus clientes, sobre as limitações de pontos de recarga em viagens — sobre o tempo de carregamento e a infraestrutura ainda em implantação (veja o gráfico mais abaixo e sinta o drama de quem sonhava com longas viagens elétricas, lá em 2017). Enfim, alertar sobre tudo deveria ser… o normal…
Mas houve — e ainda há — casos em que o vendedor preferiu omitir o lado B do carro elétrico (BEV). Talvez não tenham mentido… mas a omissão, nesse caso, é traiçoeira.
Alguns chegaram até a prometer: Pise fundo com zero emissões!, exaltando o desempenho do carro elétrico e claro de que nossas estradas geralmente vão no limite de120 km/h — até o próximo radar, claro, que os pilotos, ao passar, aceleram de novo e muitas vezes querem experimentar essa tal performance do carro, aí pisa pra deitar o cabelo… Mas o verdadeiro problema é outro, porque mesmo em 120 km na estrada ocorre a queda fatal da autonomia anunciada.
Nos elétricos raiz (os BEVs), isso implica uma equação direta: menos pontos de recarga = mais tensão (e não elétrica). Já nos híbridos, o fim da carga da bateria não é o fim da linha — o motor a combustão assume. O problema aí é outro: o sobrepeso. Afinal são dois sistemas, dois motores, muito mais componentes gerando peso a mais do que no mesmo modelo só a combustão. Na estrada reta até vai… mas na subida… ah, a subida… sofrida, vai lá na frente o caminhão e o ônibus… e o híbrido tentando acompanhar, porque (geralmente) o motor a gasolina de vários modelos não dá conta de tanto peso! Bão!, se for um modelo mais encorpado com motor mais potente, — o que, claro, exige um bolso igualmente turbinado — aí esquece: vai que vai, na boa.
A história, então, se divide em vários parâmetros. E nossa proposta é analisar tudo isso de forma clara e direta — porque há uma verdadeira multidão de variáveis nos relatos de usuários indignados (e outros nem tanto) nos vídeos que vi, o que me permite comentar com alguma base, um dos lados da questão: o social. Afinal, eu não tenho um carro elétrico, mas, se tivesse condições de adquirir um, teria sim — e já! Por enquanto, no meio de algumas conclusões como sapo de fora, sigo mais ao longo do artigo tentando explicar alguns poraquês. Aliás…
Quer saber? Explico já!
Quem comprou sabendo dos benefícios e das limitações — ou quem descobriu depois, mas só usa sobretudo, o carro na cidade — se deu bem! E o mesmo vale para quem além do uso urbano, faz viagens dentro da autonomia do carro — se deu bem. Pessoalmente e ecologicamente.
- Se deu bem no bolso: menos manutenção, menos gasto com combustível e, se consegue recarregar em casa, melhor ainda. Ganha até um se deu bem bônus! se a energia vier do próprio telhado solar.
- Se deu bem na prática: recarrega em shoppings, postos, supermercados… e ainda pega trânsito regenerando energia, sem gastar nada quando está parado.
- Se deu bem o meio ambiente: Menos CO₂, menos poluição sonora, menos dependência de combustíveis fósseis.
Agora… quem não foi avisado pelas concessionárias de que poderia passar sufoco na estrada — mesmo dentro da autonomia anunciada (aí entram os senões e poréns) — especialmente os que gostam de entrar no carro e deitar o cabelo Brasil afora, provavelmente deu ruim.
Na cidade: tudo certo.
Na estrada: pode começar o drama.
Esse deu ruim vem de onde? Dos muitos relatos e vídeos de consumidores frustrados. Claro, há os satisfeitos — especialmente em trechos planejados, em partes do Nordeste ou entre cidades como São Paulo e Rio de Janeiro. Mas, no geral, a infraestrutura ainda engasga. E aí o problema nem sempre é do carro. É a tomada que falta no meio do caminho… Se em alguns trajetos não há solução, em outros a solução é traçar estratégias possíveis.
E então, com licença poética e um pedido de perdão ao mestre mineiro:
No meio da estrada não tinha uma recarga,
não tinha uma recarga no meio do caminho…
Depois de alguns poraquês… os piriris
Uma pergunta pertinente seria:
Se respeitei a autonomia, dirigi como manda o manual, se respeitei os 120 km (segundo o manual o carro corre uns 200 e berimbau!), por que fiquei na estrada?
- Na cidade, você circula em média entre 40 à 80 km/h — e o carro elétrico se sente em casa.
- No trânsito, o elétrico consome bem menos que um a combustão (que queima combustível até no ponto morto).
- Parando e parado, ele respira. Recupera. Regenera. Não gasta!
Já na estrada… o buraco é mais embaixo. O negócio é usar a autonomia que se tem estrategicamente como veremos mais à frente.
E a resposta nem sempre está no pé direito (sobretudo nos pés mais pesados). A autonomia informada pelo fabricante depende de muitos fatores: velocidade, topografia, temperatura ambiente, uso do ar-condicionado, tipo de recarga anterior… e o próprio tipo de carro — afinal, essas variáveis atuam, seja qual for o combustível. O problema é que, muitas vezes, o motorista nem sabe que faz parte da equação. Mas faz. E como faz.
Motorista de aplicativo, entregas e porque não os taxistas no… sonho meu, sonho meu…
Carros elétricos estão rodando quase o dia todo — e não só com passageiros.
Além dos motoristas de aplicativo e taxistas, muitos profissionais autônomos e empresas estão adotando veículos elétricos para entregas urbanas — seja no Mercado Livre (que está investindo em sua própria frota de veículos elétricos no Brasil), Amazon, aplicativos logísticos ou sistemas próprios. Em cidades grandes, esse movimento cresce por vários motivos:
- Rodam muito e gastam pouco: Com custo por km rodado muito menor que a gasolina ou etanol, os elétricos compensam mais rápido
- Silenciosos e não poluentes: Ideal para circular em zonas de restrição ou áreas centrais
- Estão isentos de rodízio em algumas cidades: Como em São Paulo, o que garante liberdade total de circulação
- Acesso a incentivos e parcerias: Algumas plataformas de entrega oferecem aluguel ou financiamento facilitado de BEVs
Já tem entregador rodando de Kwid E-Tech, BYD Dolphin, JAC E-JS1 e outros modelos compactos — silenciosos, econômicos e discretos.
Esses se deram bem, e como!
Se tivesse trilha sonora, seria Sonho Meu — de Dona Ivone Lara e Délcio Carvalho — entoada por Gal e Bethânia no antológico LP Álibi de 1978.
E o pulo do gato?
Parece que o segredo é esperar um usado com dois anos de vida, quando o preço já escorregou e a frustração dos antigos donos vira economia para os novos compradores. Mas nos usados sempre paira a dúvida: se eu comprar agora, ele dura mais quanto? Comprar aos 2 anos… e a previsão da pane geral, será quando?
Essa é outra história — a da obsolescência programada, quando o fabricante projeta um produto com vida útil limitada:
- Física: as peças se desgastam ou simplesmente param de funcionar
- Simbólica: lançam algo novo só para tornar o anterior ultrapassado
- Digital: o software deixa de ser atualizado e o carro fica órfão do sistema
Mas no caso dos carros elétricos… o quanto disso é mito, intriga ou verdade inconveniente?
Mais uma conspiração importada (ou inventada por aqui) de que carro elétrico seria tipo: deu problema, joga fora? Seriam descartáveis?
Eu, sinceramente, não saberia dizer.
Mas já sei que tem muito carro elétrico por aí… com bateria trocada e vida nova.
Vamos saber disso juntos.
Para o motorista de aplicativo e também para entregadores e taxistas elétricos:
- Economia de combustível que vai direto pro bolso.
- Imagem ecológica que rende cinco estrelas.
- Rodagem urbana sem sustos de autonomia.
Afinal, o carro é elétrico. Mas o sorriso… ainda é — e deve ser — humano.
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OPA!
Para tudo e rebobina a fita
que eu achei uma voz no YouTube
num outro tom
meio que em contra mão
e isso é bom e num bom tom!
Ele é dos que dizem:
Sim É Por Aí Que Eu Vou!
Carro Elétrico: o Que Ninguém Te Conta (mas Tem Quem Sabe)
O valor está no uso, não na revenda: mercado ainda não entendeu
Roberto Santucci, um proprietário que dirige marcas e modelos como Audi, BMW i3, BMW iX e Tesla — todos elétricos raiz, nada de híbridos. Ele tem uma visão realista da transição energética: enquanto a China avança decididamente, o Brasil ainda engatinha, preso a lobbies que protegem os combustíveis fósseis. Sua opinião é bem argumentada, alinhada com dados de sondagem global e com a expansão verde do mercado. Sim, ele é irônico ao comentar a desvalorização dos elétricos — que, segundo ele, perdem valor mais rápido do que os a combustão. Usa como exemplo seu próprio BMW i3, e dá uma bela volta por cima: mesmo que o valor não aumente, a moral tá lá em cima.
Esse cenário, diz ele, assusta quem ainda vê carro como investimento de revenda. Mas seu discurso revela a paixão pelos BEVs — e ele arremata com sabedoria ao dizer, no final do vídeo:
o carro elétrico vale pelo uso!
Enquanto a maioria dos depoimentos são de pessoas com seu primeiro carro elétrico e em grande parte proprietários de um BYD da linha Dolphin ou outros de entrada, o que me chamou atenção não foi porque ele tem carros que no Brasil chamamos de luxo (mesmo que lá fora não sejam), foi o título, Carro elétrico no Brasil com 10 anos! E agora?
O é de vídeo de setembro 2024, quando faltavam cinco meses para completar os 10 anos e agora já o bolo já foi cortado — e a vela… não tem! (afinal, é elétrico, né?). No caso um BMWi3 de 2015 em que ele colocava a incógnita e agora?, depois de 10 anos se pergunta, o que fazer com o seu EV depois de ter trocado a sua bateria… opa, ficar com ele mais 10, 15 ou 20 anos!
Então ele continua trafegando tranquilamente entre Rio-São Paulo com seus BEVs (não sei se ainda vai com o BMWi3) e passa uma importante dica: autonomia nesse caso é como um elástico, pisa diminui, tira o pé aumenta, mexendo num dos maiores estigmas do carro elétrico, serve pra cidade e não serve para viajar.
Imagino que o i3 dele tenha o famoso range extender. Por quê?
Ora, pensemos: em 2015, mesmo entre São Paulo e Rio, a infraestrutura de carregamento ainda era mais sonho do que rede. E o range extender — um pequeno motor a combustão que gera eletricidade quando a bateria se esgota — era quase uma carta na manga para quem queria ser elétrico raiz, afinal isso não torna o i3 um híbrido.
E como ele mesmo diz: autonomia é como um elástico… Vai ver ele apenas dominou tão bem essa lógica que hoje quase ninguém nota se tem ou não o REx (sei lá, pode ser até que não tenha) — talvez nem ele mais se lembre que está lá.
A lógica não é mais encher o tanque e ir embora. A lógica agora é se perguntar quanto preciso pra rodar, e onde posso carregar com inteligência (e uma mão na roda são os aplicativos de pontos de recarga)? E pra quem ainda dúvida ele continua: Comprei um Chevrolet Bolt, um dos melhores carros de autonomia vai a mais de 400 (km) e agora que minha mulher tem o carrinho elétrico dela e quando as amigas dela querem viajar aqui para perto ali na serra, qual é o carro que elas escolhem? O carro da minha mulher. Todo mundo quer ir de carro elétrico né? Não vai pagar gasolina …
Peraí, peraí, peraí! Eu comprei um que só tem 200 km de autonomia…
Calma, isso conta — mas a dica do elástico, do aplicativo e a rede de recarga que cresce todo dia… ainda não é planejada como deveria, pois depende muito do investimento privado e até de algumas promessas de fabricante, mas… dá pra rodar. (veja a tabela mais abaixo. Com uma autonomia menor você conseguirá viajar se planejar e/ou se a rede existente permitir um bom planejamento. E em vários carros elétricos de entrada, a autonomia costuma variar entre 200 e 350 km, dependendo do modelo, do uso e da bateria.
E não vem com história
Venho sim!
A Eletrizante História Inacabada
do Carro Elétrico!
10 anos rodando e quase nada de oficina
Ele é um dos que tem carro elétrico há mais de 10 anos no Brasil — e feliz da vida. Com mais de 100 mil quilômetros rodados estampado no odômetro, manutenção mínima, bateria trocada no limite da garantia, e ainda rodando mais de 100 km por carga, mesmo com um modelo considerado ultrapassado (na sua ironia e comparado é claro com modelos novos).
Diz ele que pra quem dirige em média 30 km por dia (como 98% da população mundial, segundo um estudo da BMW), é mais do que suficiente. E tudo isso com zero barulho, zero gasolina e zero idas ao mecânico para trocar junta, correia, vela, filtro, óleo ou qualquer outra peça que só existe em carro velho — ops, quer dizer, carro a combustão.
E se o carro elétrico for como um celular como ele diz?
O carro elétrico evolui como um celular, não como um motor barulhento.
A teoria dele é simples: a cada cinco anos, tudo dobra — mais autonomia, mais potência, menos tempo de recarga.
Isso quer dizer que os modelos antigos vão desvalorizar mesmo — não por serem ruins, mas porque a tecnologia nova é ainda melhor E isso, convenhamos, acontece com qualquer produto digital.
Não que um carro elétrico seja exatamente comparável a um celular…
Mas a verdade é que o digital já vive no coração dos BEVs — e agora com sensores, algoritmos e inteligência artificial fazendo as vezes de copiloto invisível: aprende, corrige rota, economiza energia e até conversa — atuando em tempo real para otimizar desempenho, segurança e autonomia.
Mas tem algo que não desvaloriza: a experiência. Quem dirige um carro elétrico pela primeira vez entende que ele não é apenas um outro tipo de carro — é uma nova forma da mobilidade, uma nova maneira de se relacionar com a cidade, com a energia, com o tempo.
Não tem estepe. Isso é defeito ou evolução?
Quase que a única crítica dele no vídeo aos carros elétricos BEVs, foi a falta do estepe. E ainda pondera: até daria pra passar sem, se não fosse o estado das estradas brasileiras. Por uma decisão rara da montadora seu BMWi3 tem estepe.
Muitos modelos de carros elétricos — inclusive alguns híbridos também não vêm com estepe. No lugar dele, encontramos kits de reparo, pneus run-flat ou um número de assistência técnica na tela do painel.
A decisão não é aleatória:
- Reduz peso (o inimigo número um da autonomia).
- Libera espaço para baterias e componentes elétricos.
- É pensada para um tipo de condução mais urbana, mais planejada, mais conectada.
Em estradas boas, como as europeias e norte-americanas, isso costuma funcionar bem. Se o carro elétrico foi apenas pensado para estradas perfeitas ou não. Aqui tem umas prá lá de imperfeitas, e na nossa dura e crua realidade brasileira (aí entra até a polêmica dos pedágios como solução única para nossas estradas e na carona a polêmica das tarifas geralmente salgadas): rasgou o pneu, adeus kit de reparo. Aí só guinchando!
Em estradas boas, como as europeias ou norte-americanas, isso costuma funcionar bem. Mas será que o carro elétrico foi pensado só para pistas perfeitas? Por aqui, temos umas estradas pra lá de imperfeitas.E aí entra nossa dura e crua realidade: rasgou o pneu? Adeus, kit de reparo. Só guinchando!
(Ah, e de quebra vem a polêmica: pedágio como única solução para melhorar rodovias e tarifas justas pra quem?)
Quem tem carro elétrico sabe: muitos preferem carregar um estepe adaptado ou universal no porta-malas mesmo perdendo espaço, especialmente em viagens.
Porque o carro pode ser do futuro, mas os buracos continuam no passado, infelizmente ainda presente.
Entre o receio e a desinformação: um melódico saxofone!
Enfático, Roberto Santucci* (link do vídeo no final do artigo) reinventa o velho ditado colocar a boca no trombone — no caso dele, um melódico saxofone com algumas trombonadas. Ele critica o alarde exagerado em torno de incêndios em baterias de carros elétricos:
Na Noruega, onde quase 90% dos carros vendidos são elétricos, como é o serviço de segurança contra incêndios nos carregadores?
Não tem. Não tem porque não pega fogo!
E na Europa? Também não tem. Ué, não tem porque não pega fogo!
Ironia fina, com toda razão em relação a exploração sensacionalista e ele não está só, participa de uma associação, a Abravei, Associação Brasileira Dos Proprietários De Veículos Elétricos Inovadores** com sede em Brasília.
De fato, o risco de incêndio em veículos elétricos é até 25 vezes menor do que nos carros a combustão, segundo o National Transportation Safety Board (NTSB) dos EUA e o Insurance Institute for Highway Safety (IIHS).
Sim, casos de incêndio em baterias existem — geralmente em decorrência de colisões ou instalações elétricas irregulares. As causas, no fundo, são as mesmas de alguns incêndios em ambientes domésticos: fiação mal feita, uso de carregadores não homologados (como acontece também com celulares), ou falhas pontuais de componentes.
A maioria dos incidentes ocorreu fora do Brasil, em regiões com frotas muito maiores, como Estados Unidos, China e países da Europa.
E por aqui? Segundo a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico) e plataformas como a Tupi Mobilidade, até agora o número é direto e sem fumaça: zero casos confirmados de incêndio espontâneo em baterias no Brasil. Houve, sim, casos de incêndio — mas sempre relacionados a fatores como os citados acima.
A preocupação existe, claro. Afinal, é uma tecnologia ainda relativamente nova para muita gente. E uma bateria de lítio em combustão assusta mesmo — pelo tipo de fogo, difícil de conter.
Mas há muita desinformação circulando por aí — seja espontânea ou, em alguns casos, cuidadosamente fabricada.
Frear, Regenerar e Seguir: o Segredo dos Carros elétricos
O freio que devolve energia
Um dos recursos mais inteligentes (e talvez menos comentados) dos carros elétricos é o freio regenerativo. Ao contrário dos freios tradicionais, que transformam energia cinética em calor e desperdiçam tudo, o sistema regenerativo reaproveita essa energia para recarregar a bateria. É como se cada vez que você freasse, o carro dissesse: obrigado, vou usar isso depois.
Isso torna o veículo mais eficiente, especialmente em trajetos urbanos com muitos anda e para, anda e para, anda e para… Em descidas, então, o efeito é ainda mais notável: o carro reduz a velocidade de forma suave e ainda ganha autonomia.
Um novo jeito de dirigir: num pé só
Junto com o freio regenerativo, surge um novo estilo de dirigir chamado One-Pedal Drive — ou dirigir com um pé só. Nesse modo, o carro desacelera assim que você tira o pé do acelerador, e essa energia é imediatamente transformada em carga para a bateria.
Na prática, o pedal do acelerador vira um maestro: você acelera e freia com ele, dosando com precisão. Em muitos casos, o uso do freio tradicional se torna quase dispensável no dia a dia.
Mas atenção: nem todo freio regenerativo é igual.
Cada fabricante implementa a tecnologia de maneira diferente. Alguns modelos oferecem níveis ajustáveis de regeneração; outros são quase que automáticos. Alguns param completamente sozinhos; outros exigem um toque final no freio.
Daí deduzimos um outro aspecto, você que queria um carro automático… ou já tá acostumado
Se já dirigiu (ou conhece) um carro automático, com aquele câmbio físico que desliza entre as letras D (drive – dirigir), N (neutral – ponto morto), R (reverse – ré) e P (park – estacionado), vai se sentir quase em casa num carro elétrico.
A diferença? Nos BEVs (carros elétricos a bateria), o motor não precisa de câmbio — entrega torque direto e contínuo. Ou seja: sem marchas, sem trocas suaves, sem trancos disfarçados. Só aceleração limpa. Os comandos continuam os mesmos, mas no lugar da alavanca tradicional, o que você encontra são botões, seletores giratórios ou alavancas eletrônicas tipo joystick. É o futuro com cara (ou melhor, toque) de videogame.
Eficiência com sustentabilidade
Pode parecer um detalhe técnico, mas o freio regenerativo é, na prática, uma mudança de paradigma. Ele transforma o ato de parar — que sempre foi perda — em movimento a favor da eficiência. Como se o carro dissesse: Tudo bem, estamos freando… mas não estamos perdendo nada.
Mais autonomia, menos desgaste de peças, menos uso do freio convencional, e uma direção mais suave. É a tecnologia criando um novo ritmo de condução, onde até o que freia ajuda a seguir adiante.
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E os Poraquês dos Piriris da Recarga
Entre Brasil, França e EUA já é um baita chão… pra chegar na China, um abismo
O Brasil tem cerca de 15 mil pontos públicos e semipúblicos de recarga — o que, para um território continental como o nosso, ainda é pouco. Enquanto isso, a França, praticamente do tamanho de Minas Gerais, já ultrapassou os 150 mil. Os Estados Unidos operam com 190 mil pontos. E a China, com dimensão semelhante à nossa, avança com impressionantes 3,5 milhões de estações.
Até agosto de 2024, vídeos e reportagens citavam cerca de 10 mil pontos de recarga elétrica no Brasil — número confirmado pela Tupi Mobilidade e pela ABVE: eram exatamente 10.622, sendo 89% de carga lenta (AC) e apenas 11% de carga rápida (DC).
Mas conforme o setor avança, os trancos da infraestrutura começam a ser suavizados:
No final de 2024, o número já havia subido para 12.137, e em fevereiro de 2025 passou a marca dos 14 mil, chegando a 14.827 eletropostos públicos e semipúblicos em funcionamento.
Dando uma olhada no gráfico, dá para entender que, se estamos falando de Brasil, antes de 2024 estava bem difícil achar um eletroposto em muitos eixos rodoviários por onde o carro elétrico chegou — ou foi levado — antes de estar no radar das empresas de recarga.

imagem: [Athena&PLW – colagens digitais]
O ovo e a galinha ou a galinha e o ovo? Mas antes temos que dar nomes aos bois
A equação ovo-galinha da energia é um daqueles impasses clássicos. Mas afinal, qual é mesmo a questão?
O ideal seria que a estrutura já estivesse lá, prontinha, esperando a demanda que naturalmente viria. Mas alguém tem que bancar esse cenário ideal — e isso significa investir. E estrutura dando sopa antes da demanda? Aí já vira quase conto de fadas…
Um caso parecido (mas com sabor tecnológico) aconteceu com os celulares. As operadoras precisavam instalar antenas para funcionar. Estava no contrato, tudo certinho. Mas o que rolou? Espalharam as antenas de um jeito que, não importava a operadora, sempre sobrava um buraco sem sinal no meio do seu caminho. Depois de muito perrengue, alguma solução apareceu. Talvez dividiram antenas, talvez criaram acordos. Mas, convenhamos: a solução sempre chegou depois — e sempre passou pelo bolso do consumidor.
Ou seja, o investidor parece preferir aquele velho arranjo: o consumidor paga a conta, só que disfarçada, embutida na fatura. Agora sim, podemos contar uma verdadeira história da carrocinha com motor elétrico…
E se a gente se meter nessa historinha, de quem vem (no caso, dever vir) antes colocando o pintinho no meio?
No nosso era uma vez… havia um impasse assim:
— Não coloco carregador porque não tem carro suficiente (E se carregador for a galinha?)
— Não compro carro elétrico porque não tem carregador (então o carro elétrico é o ovo?)
E assim seguimos: as vezes ninguém quer ser o ovo, ninguém quer ser a galinha — ou melhor, ninguém quer ser o primeiro. Mas na nossa historinha, os ovos já estão por aí… a esperando o chocar da galinha. Enquanto isso, os pintinhos elétricos — que somos nós — precisamos de achar jeitos criativos de existir nessa granja.
Quem pode carregar em casa, carrega. Mas quem mora em prédio sem vaga, ou com garagem coletiva onde o condomínio não libera tomada 220V, ou ainda sem espaço fixo nenhum, fica piando de fora dessa equação, esperando que as galinhas deem conta de chocar tantos ovos.
Tem promessa de expansão? Tem.Tem promessa de expansão? Tem historinha, sim..
A BYD, por exemplo, anunciou um plano ambicioso de criar sua própria malha de recarga no Brasil.
Mas promessa aqui, a gente sabe… (mudando de bicho de novo) pode ser só conversa pra boi dormir.
E, por enquanto, o boi ainda está parado na frente do carro.
Se você tem um veículo elétrico, conhecer os apps de recarga é tão importante quanto saber onde recarregar
O EZVolt (Easy Volt App) permite localizar, verificar disponibilidade e pagar direto pelo app — e, desde maio de 2025, motoristas BYD podem usar o BYD Recharge para acessar a rede EZVolt em mais de 450 estações, tudo integrado via tecnologia OCPI. Para quem prefere uma base colaborativa, o PlugShare oferece mapa global e avaliações de usuários.
Já o app Eletroposto Fácil, da Copel (Paraná), permite reserva presencial e gerenciamento da carga, mas é restrito à rede pública local. Em muitos casos, apps de navegação como Google Maps e Waze já exibem pontos de recarga, agilizando buscas durante a rota.
No fim, o ideal mesmo é ter pelo menos dois apps instalados: um da rede do fabricante ou privativa (como EZVolt ou BYD Recharge) e outro colaborativo (como PlugShare). Assim, você cobre maior parte da malha de recarga, evita perfil de erro e garante praticidade no dia a dia.
Bom checar: alguns aplicativos informam em tempo real se o terminal de recarga está disponível, ocupado ou em manutenção
O carregamento doméstico resolve? Sim. Mas não pra todo mundo.
Parte significativa dos donos hoje carrega à noite em casa, como quem carrega um celular. Um conhecido de quem procura informações sobre carro elétrico no YouTube respondeu a pergunta da filha: Pai quanto leva pra você recarregar o carro?, ele bem humorado respondeu: Um minuto, afinal eu plugo e vou dormir... E isso funciona bem para quem pode ter isso em casa, mas…
- Nem todo mundo mora em casa.
- Nem todo prédio aceita a instalação necessária
- Nem toda vaga tem acesso à rede elétrica confiável. O ideal é ter fiação nova , disjuntor, tomada homologada — uma derivação dedicada apenas a recarga do seu veículo
- E nem todo ponto público funciona
Sim é comum, por exemplo, lugares com 3 carregadores — e dois quebrados. Fila, frustração e, às vezes, muita bateria, pouco carregador
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O Som do Silêncio: Quando Dirigir Muda de Trilha Sonora
Adeus, ronco — olá, sussurro
A transição do motor a combustão para o elétrico começa pelo ouvido — ou melhor, pela ausência do barulho. A potência agora é suave. O clássico olha só o ronco desse motor!, perdeu lugar para o som do silêncio.
Mas isso divide opiniões. Para muitos, o silêncio soa estranho, desconfortável, ou até perigoso. Afinal, o som do motor sempre foi uma referência para pedestres, ciclistas e motoristas. Agora, surge um novo paradigma: o silêncio como sinal de avanço.
Segurança e reeducação auditiva:
Assim como o gás de cozinha, que precisou ganhar cheiro para alertar vazamentos, o carro elétrico precisou ganhar som. Modelos mais novos já vêm equipados com um sistema chamado AVAS (Acoustic Vehicle Alerting System), que emite um ruído artificial abaixo de 20 a 30 km/h — um alerta sonoro para quem atravessa sem olhar.
Em muitos países, isso já é obrigatório por lei. No Brasil? O debate caminha… em silêncio.
Para o motorista, o silêncio também exige adaptação. Antes, o som do motor indicava falhas, marchas, até o sentir do carro. Agora, ele precisa reaprender a escutar: rangidos internos, avisos eletrônicos e o som ambiente voltam ao palco. A cidade, antes abafada, se revela: pássaros, conversas, tilintar de bicicleta, o ritmo da chuva…
Da cidade silenciosa à nova cultura do volante
Com a eletrificação da frota, a paisagem sonora urbana muda. Menos escapamentos, menos buzinas nervosas, menos ruído constante. A cidade ganha zonas calmas, respira melhor. Mas cuidado: pneus ainda fazem barulho, motoristas continuam acelerando como se estivessem num racha.
Estudos mostram que o silêncio pode induzir a uma direção mais calma, mas só se o motorista estiver disposto a desacelerar. Ainda há ruídos no interior dos carros, especialmente nos modelos de entrada — o silêncio, afinal, também precisa de bom isolamento acústico.
Mais do que um detalhe técnico, o som (ou a ausência dele) virou questão de identidade automotiva. Se antes o barulho era símbolo de poder, agora o silêncio pode ser sinônimo de sofisticação, cuidado ambiental ou estética minimalista.
Como dizem por aí: em um mundo barulhento, quem silencia se destaca.
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Conclusão
A revolução silenciosa já está em curso
Não se trata apenas de trocar de combustível: a cultura narrativa e ecológica do carro está sendo redesenhada. E se você sentiu falta do barulho ambiental que a bateria faz… aguarde! Em breve, publicaremos o artigo A Vilã do Século: A Bateria?
As transformações acústicas afetam não só a experiência de dirigir, mas também a maneira como vivemos juntos nas cidades. Silenciar o motor pode significar muito mais do que apenas desligar o ruído.
A revolução começa na tomada (mas não só nela)
Ainda há gargalos consideráveis: infraestrutura limitada, desconfiança no mercado de usados, preconceito com marcas chinesas e dúvidas persistentes sobre a autonomia — mesmo quando atestadas pelo Inmetro. Mas as soluções estão surgindo.
Muitos têm — e não querem voltar atrás. Outros estão entre a frustração e a pulga atrás da orelha. E quem está curioso já sabe: é melhor mesmo se informar antes de comprar — inclusive sobre o que ninguém te conta.